apague a luz!
não quero te ver, só te sentir
e então eu te beijei serena
tudo isso
enquanto a vida me interrompia
quando nossa noite amanheceu
éramos outros
não éramos loucos
não éramos monstros
apenas restos esquecidos
preenchidos de medo e descaso
um sorriso frio
um asco
um corpo murcho
um desencanto
carruagem que vira abóbora
uma vontade de não ficar
de não seguir
uma vontade de inexistir por alguns momentos
recarregar a bateria
bater à porta de alguém
mas eu mesma não estou pra ninguém
quando você foi embora
deixou um gosto ruim
senti falta de mim
onde é que eu fui parar?
onde é que eu vou me achar?
saí em busca de um outro espelho
e o que encontrei foi um surto
um susto
um desespero
um desejo de me consumir
e de sumir
tem certas portas que é melhor não abrir...
corri a maratona 100 vezes
vagando vagabunda na velocidade da tontura
e no olho do furacão
na boca do vulcão
encontrei a doença novamente
sim, a minha loucura
a perfeição de mim que me esbofeteia
cuspiu na minha cara
me chamou de feia
um vazio me tomou
e a parte que me falta emergiu
o buraco negro se abriu
engolindo tudo ao seu redor
depois veio a explosão
das portas fechadas desse lar-birinto em que entrei
consegui sair
voei por cima dele
e livre e leve eu louvo
- oh, fake love! -
as sensações de meu corpo mudo
os turbilhões
os aviões
eu voei
quando acordei estava tonta
caída no chão
ao pousar no solo um baque
e então uma mão amiga
um sorriso
me vi num espelho que não se quebrava
um brilho de sol
já é dia
quero voar de novo
09/out/2006
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