* é uma imagem que não se formou na minha retina...
É uma imagem que minha alma se atreveu a ler através de interações homeostáticas entre os nossos corpos, nossos desejos que se misturaram.
Entre os nossos cheiros e receios que se esbarraram numa noite qualquer de desesperança cética, neutra e familiarmente habitual em que amarras nenhumas nos impedem de velejar ou naufragar quando preciso (necessário) e esse inventário que nossos mortos nos deixaram é pura poesia...
Nosso lado obscuro (escuro ou apenas escondido?)
*é uma imagem porque é apenas captando a luz, sugando-a num buraco escuro (um buraco negro? que arrasta e atrai...)
E inventamos nosso amor numa embriaguez sóbria e sombria em que nossos olhos brilham e irradiam tudo ao redor.
As mais doces mentiras derreteram em nossas doces bocas como algodão de nuvens...
Levitação como brincadeira inocente no elevador
(elevando a dor a uma transcendência inevitável)
o doce de um beijo
saliva que deteriora as nuvens
e faz do desejo de satisfação infantil apenas um sabor de línguas.