Thursday, July 06, 2006

o que vejo

Me vejo linda no espelho, de óculos de quem está estudando, lendo, tendo idéias, trabalhando, sendo útil à sociedade, fazendo o que sabe fazer, no maior charme, no maior estilo. Vejo meus olhos um pouco ressentidos de toda a dor que eu lhes causei. Vejo os cabelos um pouco dourados, um pouco presos, um pouco rebelados. Vejo a limpeza do banho recém tomado, depois de todas as águas, menos a tua água. Como se eu descansasse, chorei, chorei mesmo, e daí? Vejo a seriedade e a profundidade dos pedidos que faço a mim mesma quando me olho no espelho Um pouco de orgulho por Ter escrito sobre as palavras, algo que eu não lembrava mas teve cor. Eu preciso me expressar nem que não entendo preciso contar nem que seja pra mim preciso exercitar nem que seja pra voar... que futuro? Sim minhas mãos compridas, finas e femininas, combinam com meu rosto e minha fisionomia. Mesmo que não esteja sozinha, posso cavar minha privacidade, coisas que me digo, finalmente depois de muito viver, viver, viver sem pensar. Mesmo errado, mesmo caminho cruzado, sei que é caminho pisado, não fico esperando a vida passar. Senão ela vai sem mim. E eu fico. Não posso ficar, não sou de ficar. Não sou de ficar por muito tempo.

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