a primeira coisa que esqueci de você foi seu sotaque
aquilo que o torna tão peculiar
também esqueci sua voz
que até há pouco ainda estava ecoando na minha cabeça
também não lembro do seu beijo
e nem de como ele era bom
tenho ainda uma lembrança vaga da sua boca bem desenhada
lembrar da sua boca é lembrar do seu beijo, sua voz, seu sotaque
prefiro guardar um enquadramento longínquo da sua boca
suspendendo o resto todo: beijo, voz, sotaque
isso eu consigo
esqueci seu cheiro
não lembro nem de nada parecido
seu calor já tá bem longe de mim
esfriou o meu corpo e o meu desejo de você
aquela música que tocava na minha cabeça
quando a gente tava junto
também não me lembro
as coisas que você me ensinou
já desaprendi
as mil e uma coisas que você disse pra eu rir
também já não estão mais na minha memória
tudo o que você deixou em mim eu já não consigo enxergar
só seu carinho ainda está aqui
na minha pele as marcas invisíveis do seu toque
minha pele ainda sente falta das promessas mudas que as suas mãos fizeram
mas em qualquer esquina eu ainda hei de esquecer
isso é fácil resolver
agora os seus olhos ainda não consegui afogar
tá difícil
lembrar dos seus olhos é lembrar do seu desejo
e da imagem de mim que mora neles
uma imagem bonita de se ver e sentir
é difícil esquecer de mim
esquecer seus olhos eu nao sei
mas um dia eu hei
eu sei
16/11/2006
O ministério da saúde adverte: Aprecie com moderação. Se beber, não dirija. Paixão é droga e pode causar dependência.
Tuesday, November 21, 2006
Tuesday, November 14, 2006
Encontro sem desencontro
Esses versos pra você
Só poderiam ser escritos à mão
Com curvas e desenhos
Com o corpo e o coração
As voltas que o mundo dá
As voltas da minha letra corrida, correndo, voando
É a idade do céu
que está brilhando nos meus olhos
É o tato da língua, do céu da boca conhecendo o mundo do seu beijo
Engoli com a saliva os seus mais secretos desejos
E era de novo eu distraída pelo ar
Vagando com sorrisos e canções a tiracolo
Eu quero assim poesia todo dia
Com palavras que digo e que guardo
Com palavras que eu crio quando rio
E as cócegas na alma
A brincadeira
A hora de tomar a saideira
Mas não é assim
Você não sai de mim
Talvez seja uma nova canção
Ou um filme antigo na TV
Eu só vou dormir um pouco
Logo a gente se vê
14/11/2006
Só poderiam ser escritos à mão
Com curvas e desenhos
Com o corpo e o coração
As voltas que o mundo dá
As voltas da minha letra corrida, correndo, voando
É a idade do céu
que está brilhando nos meus olhos
É o tato da língua, do céu da boca conhecendo o mundo do seu beijo
Engoli com a saliva os seus mais secretos desejos
E era de novo eu distraída pelo ar
Vagando com sorrisos e canções a tiracolo
Eu quero assim poesia todo dia
Com palavras que digo e que guardo
Com palavras que eu crio quando rio
E as cócegas na alma
A brincadeira
A hora de tomar a saideira
Mas não é assim
Você não sai de mim
Talvez seja uma nova canção
Ou um filme antigo na TV
Eu só vou dormir um pouco
Logo a gente se vê
14/11/2006
Sunday, November 12, 2006
Enxergue!
**
Desejo manter
As coisas sem cor
Desejo manter
Passos ao meu lado
Desejo não ter
Amarras em mim
Desejo
O que esperar disso que sinto?
Adoro quando sou sincera.
Minha alma não se esconde por entre vãos
ela se espalha.
Seus olhos não são verdes nem azuis..
são castanhos...
e no entanto são sensíveis a luzes artificiais.
O que você olha é com medo,
olha o nada sem nada mirar.
Mas se olhar direto nos meus olhos vai enxergar.
Desejo manter
As coisas sem cor
Desejo manter
Passos ao meu lado
Desejo não ter
Amarras em mim
Desejo
O que esperar disso que sinto?
Adoro quando sou sincera.
Minha alma não se esconde por entre vãos
ela se espalha.
Seus olhos não são verdes nem azuis..
são castanhos...
e no entanto são sensíveis a luzes artificiais.
O que você olha é com medo,
olha o nada sem nada mirar.
Mas se olhar direto nos meus olhos vai enxergar.
Caça e caçador
**
A cama enorme comigo e sem tigo.
Você me insulta com esse ar de independência.
Só eu sei o quanto implora por castigos.
Só eu sei o quanto gosta de agrados.
E mesmo assim, essa independência nata.
E mesmo assim sai correndo pela mata.
Você, que não sabe nada de ser bicho ou de ser planta.
Apenas um impulso básico, sem detalhes.
Bicho caçando.
Não é água ou alimento o que precisa.
Não é cópula.
O que você caça é aventura.
Minha única imaturidade
é não saber lidar com esse mundo que se me apresenta.
E você nem quer saber.
Você desliza por entre todos os espaços desse mundo cruel.
Acho que me apaixonei por um ser de outro planeta.
A cama enorme comigo e sem tigo.
Você me insulta com esse ar de independência.
Só eu sei o quanto implora por castigos.
Só eu sei o quanto gosta de agrados.
E mesmo assim, essa independência nata.
E mesmo assim sai correndo pela mata.
Você, que não sabe nada de ser bicho ou de ser planta.
Apenas um impulso básico, sem detalhes.
Bicho caçando.
Não é água ou alimento o que precisa.
Não é cópula.
O que você caça é aventura.
Minha única imaturidade
é não saber lidar com esse mundo que se me apresenta.
E você nem quer saber.
Você desliza por entre todos os espaços desse mundo cruel.
Acho que me apaixonei por um ser de outro planeta.
Wednesday, November 08, 2006
Fim do mundo
O poeta ia bêbado pra casa
não queria ver a aurora.
“Ninguém mais chora por mim
como chorava Aurora”
Na casa onde chorou por ela
Uma luz feliz e amarela
escondia outros segredos,
não os seus.
O mundo ia acabar
E o bebê crescendo
O mundo ia acabar
E o bebê sorrindo
Às 7 e 58
o bebê dormindo.
Aurora amava os homens
– eles todos!
O poeta amava Aurora – ela inteira!
Mas não sabia, não percebia e se arruinava.
O mundo ia acabar numa canção.
I’m wondering round and round nowhere to go...
1998
não queria ver a aurora.
“Ninguém mais chora por mim
como chorava Aurora”
Na casa onde chorou por ela
Uma luz feliz e amarela
escondia outros segredos,
não os seus.
O mundo ia acabar
E o bebê crescendo
O mundo ia acabar
E o bebê sorrindo
Às 7 e 58
o bebê dormindo.
Aurora amava os homens
– eles todos!
O poeta amava Aurora – ela inteira!
Mas não sabia, não percebia e se arruinava.
O mundo ia acabar numa canção.
I’m wondering round and round nowhere to go...
1998
Busca
As estradas começam a ser percorridas
porque se fazem de concreto sobre o solo
correm-se contra o tempo
miram-se para o nada
e por onde vão...
por onde ficam...
trazem você pra mim.
Eu sempre deixo rastro
e é você sempre que o segue
Nem que outro, nem que negue
perde-se o sonho que tive
fica sempre só.
Saudade de você deixa saudade
Coragem de voltar volta pra mim
Continua a saudade contínua
- pela estrada afora...
Tantos temas e dilemas
que atravessa nessa estrada errada
fazem fazer amor
só pra fazer você voltar.
1998
porque se fazem de concreto sobre o solo
correm-se contra o tempo
miram-se para o nada
e por onde vão...
por onde ficam...
trazem você pra mim.
Eu sempre deixo rastro
e é você sempre que o segue
Nem que outro, nem que negue
perde-se o sonho que tive
fica sempre só.
Saudade de você deixa saudade
Coragem de voltar volta pra mim
Continua a saudade contínua
- pela estrada afora...
Tantos temas e dilemas
que atravessa nessa estrada errada
fazem fazer amor
só pra fazer você voltar.
1998
Uma sala repleta de panfletos desconexos
Os CDs espalhados pelo chão
O gato dormindo em cima das poesias
Jogadas no sofá as tarefas da escola estão
As músicas já tocam por todo um dia
E só agora percebi que está chovendo s isso é mal
Queria saber de onde tirar animo para voltar à vida real
Como obrigação não dá não!
que sujeira!
que coceira!
Que você ainda queira.
Senti teu gosto.
Passo a mão na cabeça.
Suspiro.
E não choro, esqueça.
1997
O gato dormindo em cima das poesias
Jogadas no sofá as tarefas da escola estão
As músicas já tocam por todo um dia
E só agora percebi que está chovendo s isso é mal
Queria saber de onde tirar animo para voltar à vida real
Como obrigação não dá não!
que sujeira!
que coceira!
Que você ainda queira.
Senti teu gosto.
Passo a mão na cabeça.
Suspiro.
E não choro, esqueça.
1997
Determinação
Determinado
De ter minado
De ter terminado
Determinada
Deter-me a nada
Deter-me nada
1997
De ter minado
De ter terminado
Determinada
Deter-me a nada
Deter-me nada
1997
Caro amor caro
Caro amor,
Sou doente e às vezes me esqueço
Esquecer é o alívio da memória
E de lembrar vive a nossa história
Quando eu a quiser matar
Vou lá e faço
Mas para de novo amar
Vou esperar um primeiro passo
Nem tem mais chances
de eu procurar um pré-suposto
Porque pelos mágicos nuances
Tenho que pagar um alto imposto
1997
Sou doente e às vezes me esqueço
Esquecer é o alívio da memória
E de lembrar vive a nossa história
Quando eu a quiser matar
Vou lá e faço
Mas para de novo amar
Vou esperar um primeiro passo
Nem tem mais chances
de eu procurar um pré-suposto
Porque pelos mágicos nuances
Tenho que pagar um alto imposto
1997
FRASES VENTIAS
São frases
Que falo
que escrevo
pra ti.
São coisas
que sinto
e que nunca
senti.
São dias
tão longos
sem você
aqui.
São vidas
que cruzam
com as que
nunca vi.
1997
Que falo
que escrevo
pra ti.
São coisas
que sinto
e que nunca
senti.
São dias
tão longos
sem você
aqui.
São vidas
que cruzam
com as que
nunca vi.
1997
(parênteses)
Estou me perguntando
onde é que foi parar minha alma
Quando você estava aqui
eu me sentia nós (que piada)
e agora que você quis ir (nem veio)
Não sei onde está o nós (nunca esteve)
não sei onde está você (nunca soube)
não sei onde estou.
Quanta coisa foi embora sem eu querer (nunca tive)
mas já que você quer assim (não sabe o que quer)
o que é que eu posso fazer? (nunca faço)
Sinto minha alma vagando pelo espaço
no plano das perguntas (sem respostas)
E agora essa alma que sofre, chora, dói (mais séria que desesperada)
luta para ter alguma coisaem que acreditar, (acredito em mim, quem sou?)
já que o amor não dá em nada
e a amizade está estragada
e a vida toda desgovernada
e o objetivo se perdeu (qual era mesmo?)
Foi para longe.
Só me resta...
Esperar meu amor passar. (só esperar?)
1997
onde é que foi parar minha alma
Quando você estava aqui
eu me sentia nós (que piada)
e agora que você quis ir (nem veio)
Não sei onde está o nós (nunca esteve)
não sei onde está você (nunca soube)
não sei onde estou.
Quanta coisa foi embora sem eu querer (nunca tive)
mas já que você quer assim (não sabe o que quer)
o que é que eu posso fazer? (nunca faço)
Sinto minha alma vagando pelo espaço
no plano das perguntas (sem respostas)
E agora essa alma que sofre, chora, dói (mais séria que desesperada)
luta para ter alguma coisaem que acreditar, (acredito em mim, quem sou?)
já que o amor não dá em nada
e a amizade está estragada
e a vida toda desgovernada
e o objetivo se perdeu (qual era mesmo?)
Foi para longe.
Só me resta...
Esperar meu amor passar. (só esperar?)
1997
Romeo and Juliet 2
Look at the skies of London London
they are gray
I’m here today
Can you hear me?
Can you let us be?
Forgiveness
For give HAPPYness
1997
they are gray
I’m here today
Can you hear me?
Can you let us be?
Forgiveness
For give HAPPYness
1997
O final da história real
Sssssshhhhhhhhhh! Ela está dormindo!
Bem que eu falei que ela gostava de neném.
E era justamente por gostar que não queria.
Tinha medo de fazer mal à criança.
Tinha medo de passar-lhe pelo umbigo
seus pensamentos que contaminassem
porque ela tinha muita dor consigo.
Se fosse em próprio ventre tinha medo
Mas de tanto o corpo ela cuidar,
mais de nove meses sem o usar,
a alma inteira se entupiu de nada.
De um nada lindo e prateado o cinza.
Um nada calmo e desesperado.
Porque tudo passa de passar
E o desespero dela era o de ficar.
Quantas dúvidas, quantos nadas
que quando expressam páginas viradas,
descompassadas do correto ritmo
que surpreende tanto até os ígneos.
Da novidade ela extraiu cansaço
pois com mais sol e peso deu suor,
e com mais sins e nãos se fez a dúvida.
Mas bem que os nove meses não eram dela
– e que passaram num sopro de tempo.
Quando ele foi fugir do seu tormento
fez colorida a poeira de voar com o vento,
enegrecida a sombra de chorar a chuva.
E então de nove meses esquecidos
– fora o brilho de esquecer inicialmente -
fora o medo de lembrar a todo instante
veio-lhe a notícia assim de repente.
Senhora nova, era menor de idade.
E sempre escondia o que pensava e bem.
Mas agora que embalava a neném,
ela mostrava a dona que não ia ser.
Ela já era - e isso ninguém discutia -
alguém que sabe e ama docemente
o terno silêncio da neném dormindo.
Então dormia a nenenzinha dele
- que não era dela e sim de outra moça -
Contudo ela nem se lembrou da dor.
Nem lembrou dele - antigo amor negando.
Nem lembrou a si - antigo amor sofrendo.
Quando ela embalou a nenenzinha
se esqueceu que um dia tanta confusão
a envolveu sombrio o próprio coração -
que lembrou-lhe o feto o fato da renúncia dele
... em vão.
Ela sonhou os nove meses todos.
E a vitória veio em forma de criança,
beijou-lhe a alma do corpo que não a carregou
e soprou pra longe a desesperança.
1998
Bem que eu falei que ela gostava de neném.
E era justamente por gostar que não queria.
Tinha medo de fazer mal à criança.
Tinha medo de passar-lhe pelo umbigo
seus pensamentos que contaminassem
porque ela tinha muita dor consigo.
Se fosse em próprio ventre tinha medo
Mas de tanto o corpo ela cuidar,
mais de nove meses sem o usar,
a alma inteira se entupiu de nada.
De um nada lindo e prateado o cinza.
Um nada calmo e desesperado.
Porque tudo passa de passar
E o desespero dela era o de ficar.
Quantas dúvidas, quantos nadas
que quando expressam páginas viradas,
descompassadas do correto ritmo
que surpreende tanto até os ígneos.
Da novidade ela extraiu cansaço
pois com mais sol e peso deu suor,
e com mais sins e nãos se fez a dúvida.
Mas bem que os nove meses não eram dela
– e que passaram num sopro de tempo.
Quando ele foi fugir do seu tormento
fez colorida a poeira de voar com o vento,
enegrecida a sombra de chorar a chuva.
E então de nove meses esquecidos
– fora o brilho de esquecer inicialmente -
fora o medo de lembrar a todo instante
veio-lhe a notícia assim de repente.
Senhora nova, era menor de idade.
E sempre escondia o que pensava e bem.
Mas agora que embalava a neném,
ela mostrava a dona que não ia ser.
Ela já era - e isso ninguém discutia -
alguém que sabe e ama docemente
o terno silêncio da neném dormindo.
Então dormia a nenenzinha dele
- que não era dela e sim de outra moça -
Contudo ela nem se lembrou da dor.
Nem lembrou dele - antigo amor negando.
Nem lembrou a si - antigo amor sofrendo.
Quando ela embalou a nenenzinha
se esqueceu que um dia tanta confusão
a envolveu sombrio o próprio coração -
que lembrou-lhe o feto o fato da renúncia dele
... em vão.
Ela sonhou os nove meses todos.
E a vitória veio em forma de criança,
beijou-lhe a alma do corpo que não a carregou
e soprou pra longe a desesperança.
1998
London, London
Em bálsamo
uma linda canção que diz
da procura da figura diferente
das coisas concretas de concreto
que pudesse tocar profundamente
um coração
sem escolha
sem dor
sem explicação
1997
uma linda canção que diz
da procura da figura diferente
das coisas concretas de concreto
que pudesse tocar profundamente
um coração
sem escolha
sem dor
sem explicação
1997
Tuesday, November 07, 2006
Pela janela
Quando o raio de sol pousou nas folhas
E iluminou o verde
Lembrei da aliança dourada
Reluzindo em seu olhar
Quando as nuvens manchavam e desmanchavam o céu
Com nuances de branco, cinza e luz
Lembrei da nossa velhice salva guarda
Quando a mata escura se embrenhou no mato
Lembrei da selvageria de nossos vícios
Encharcando nossos pés no lodo
Encantando cobra e aranhas
E outros animais peçonhentos
Quando da terra sem mato
Lembrei de toda erosão que causamos um ao outro
Do hiato entre nós
Da força bruta que nos separou
Que a chuva lave tudo o que esse amor manchou
E iluminou o verde
Lembrei da aliança dourada
Reluzindo em seu olhar
Quando as nuvens manchavam e desmanchavam o céu
Com nuances de branco, cinza e luz
Lembrei da nossa velhice salva guarda
Quando a mata escura se embrenhou no mato
Lembrei da selvageria de nossos vícios
Encharcando nossos pés no lodo
Encantando cobra e aranhas
E outros animais peçonhentos
Quando da terra sem mato
Lembrei de toda erosão que causamos um ao outro
Do hiato entre nós
Da força bruta que nos separou
Que a chuva lave tudo o que esse amor manchou
Corpo
Apague essa luz
Cansei de estar exposta
Não existe resposta
Não existe pergunta
Eu sou um homem triste
Dançando distraída
num corpo que se nega mulher
Cansei de estar exposta
Não existe resposta
Não existe pergunta
Eu sou um homem triste
Dançando distraída
num corpo que se nega mulher
Enquanto o homem do campo
De posse de seu rastelinho
Se esforça para tirar
as pragas de seu caminho
Eu estou em outro plano
Apenas piso nas pragas
E elas secam
diante da minha presença
De posse de seu rastelinho
Se esforça para tirar
as pragas de seu caminho
Eu estou em outro plano
Apenas piso nas pragas
E elas secam
diante da minha presença
Eu sou mãe do mundo
Nasci para alimentar
E meu único alimento
É a morte e o nascimento
E meu único alimento
É a morte e o nascimento
Ciclo misterioso
Uma procura quando parece que não tem saída
Ou quando não se quer ver saída
a não ser esta, à francesa, pela direita
Entrando, atravessando o portal
Nunca me lembro exatamente como começa
Só sei que descamba na música
Uma melodia
Alguns versos cantados
A cama de dormir
Olhar pela janela e se descobrir
Desejos por outras pessoas que não estão ali
Confidências de frustrações
Lamúrias de amor perdido
Risadas, ironias
Mentirinhas gostosas de falar e ouvir
E daí percebendo que o eu não se entrega pro outro
por completo, por complexo, por que mesmo?
Não existe o nós
Aí os monstros saem
Vão dizer que é por causa da bebida
Vou dizer que é por causa do silêncio
E do movimento de recuo
E os monstros trepam
Não fazem amor
Aí eu durmo
E quando acordo... é só constrangimento
Deveríamos apenas nos desmaterializar
Ou ficar invisível o eu para o outro
Porque não quero enxergar
E não quero que me enxerguem
As despedidas são ridículas
Cômicas e crônicas
Tchau tchau
Tenho vondade de rir, de expelir
Aí ...pluft... nuvem se desmancha
E, finalmente, a sós comigo
Cato a poesia que ficou no ar
no corpo, nas paredes, nos copos,
nos ouvidos uma voz me incomodando
Pare de falar na minha cabeça
Quero ouvir a mim
Me dá espaço
Quero emergir eu
E quando escrevo... me reconheço.
Sim, sou eu de novo.
Isso é apenas interação homeostática.
Ou quando não se quer ver saída
a não ser esta, à francesa, pela direita
Entrando, atravessando o portal
Nunca me lembro exatamente como começa
Só sei que descamba na música
Uma melodia
Alguns versos cantados
A cama de dormir
Olhar pela janela e se descobrir
Desejos por outras pessoas que não estão ali
Confidências de frustrações
Lamúrias de amor perdido
Risadas, ironias
Mentirinhas gostosas de falar e ouvir
E daí percebendo que o eu não se entrega pro outro
por completo, por complexo, por que mesmo?
Não existe o nós
Aí os monstros saem
Vão dizer que é por causa da bebida
Vou dizer que é por causa do silêncio
E do movimento de recuo
E os monstros trepam
Não fazem amor
Aí eu durmo
E quando acordo... é só constrangimento
Deveríamos apenas nos desmaterializar
Ou ficar invisível o eu para o outro
Porque não quero enxergar
E não quero que me enxerguem
As despedidas são ridículas
Cômicas e crônicas
Tchau tchau
Tenho vondade de rir, de expelir
Aí ...pluft... nuvem se desmancha
E, finalmente, a sós comigo
Cato a poesia que ficou no ar
no corpo, nas paredes, nos copos,
nos ouvidos uma voz me incomodando
Pare de falar na minha cabeça
Quero ouvir a mim
Me dá espaço
Quero emergir eu
E quando escrevo... me reconheço.
Sim, sou eu de novo.
Isso é apenas interação homeostática.
Sunday, November 05, 2006
raízes plantadas em vasos
Liberdade não é você poder fazer tudo.
Liberdade é você conseguir fazer tudo o que precisa.
Talvez esteja errada em sair assim, como costumo sair,
sem dar satisfação a ninguém.
Mas eu tenho que me proteger.
Não gosto de mentir.
Acho que mentir não é viver.
Toda vez que alguém mente, deixa de viver a realidade.
Mas eu preciso me proteger.
Você me pergunta por que vivo na defensiva.
Aprendi a ser assim.
Porque eu, na minha "amoralidade" dizia tudo, era transparente.
E o que fazem com isso? Usam contra você.
Quantas e quantas vezes tive que esconder, mentir.
Pra que ninguém, ninguém ficasse me dizendo que era errado.
Liberdade é um valor pra mim.
É uma necessidade.
Será que nossas almas estão livres?
A minha esteve por muito tempo,
todo o tempo em que te amei.
Mas agora, sinto que ela não está mais.
Pois não quer sair de perto de mim.
Da vida que plantei aqui.
Não tenho raízes, mas mesmo assim
planto a vida em pequenos vasos
pra que eu possa levar comigo aonde eu for.
2001
Liberdade é você conseguir fazer tudo o que precisa.
Talvez esteja errada em sair assim, como costumo sair,
sem dar satisfação a ninguém.
Mas eu tenho que me proteger.
Não gosto de mentir.
Acho que mentir não é viver.
Toda vez que alguém mente, deixa de viver a realidade.
Mas eu preciso me proteger.
Você me pergunta por que vivo na defensiva.
Aprendi a ser assim.
Porque eu, na minha "amoralidade" dizia tudo, era transparente.
E o que fazem com isso? Usam contra você.
Quantas e quantas vezes tive que esconder, mentir.
Pra que ninguém, ninguém ficasse me dizendo que era errado.
Liberdade é um valor pra mim.
É uma necessidade.
Será que nossas almas estão livres?
A minha esteve por muito tempo,
todo o tempo em que te amei.
Mas agora, sinto que ela não está mais.
Pois não quer sair de perto de mim.
Da vida que plantei aqui.
Não tenho raízes, mas mesmo assim
planto a vida em pequenos vasos
pra que eu possa levar comigo aonde eu for.
2001
Catar palavras
Catar palavras
Catar outras coisas?
Catar gentilezas, Catar coquinho!!!!
Catalogá-las de azul.
...Lembrá-las vermelhas.
Matá-las, vertê-las.
Destruir pesadelos,
Tentar entendê-las
como o que realmente são:
Um bando de sentimentos vãos
Mistura de silêncios absortos
Que caem nas tempestades
E falam a quem quiser ouvir:
Isso é sentir!
Catar outras coisas?
Catar gentilezas, Catar coquinho!!!!
Catalogá-las de azul.
...Lembrá-las vermelhas.
Matá-las, vertê-las.
Destruir pesadelos,
Tentar entendê-las
como o que realmente são:
Um bando de sentimentos vãos
Mistura de silêncios absortos
Que caem nas tempestades
E falam a quem quiser ouvir:
Isso é sentir!
Enfim
Enfim
Sabe qual é o problema do Enfim?
É alívio de sentir um fim
Estar num fim
Gostar de um fim.
Enfim
Tem que terminar
Fim
Sabe qual é o problema do Enfim?
É alívio de sentir um fim
Estar num fim
Gostar de um fim.
Enfim
Tem que terminar
Fim
Saturday, November 04, 2006
como um haicai
by Isabela Mendes & Paulo Eduardo Gonçalves
como assim?
não sei como
mas como sim
como assim?
não sei como
mas como sim
citação
"to bem... to sozinha agora" MENDES, 2006
MENDES, C. Conversa de irmã. Capítulo 22. MSN: Ponta Grossa, 2006.
MENDES, C. Conversa de irmã. Capítulo 22. MSN: Ponta Grossa, 2006.
Friday, November 03, 2006
CONFUNDIR
acender a fagulha
da vontade de buscar
respostas
11/07/2004
da vontade de buscar
respostas
11/07/2004
Poema para um inverno do passado
Em mim há lugar
para o conforto e o conflito
Quando te olho
meu olhar não reside ali
Vai além, buscar algo que perdi
Quanto mais estabeleço a ponte
Maior ela fica
Mais extenso é o caminho
Embora na tua frente
o fio luminoso que nos liga cresce
e faz dessa busca algo interminável.
Talvez por isso
tudo se embole.
Nada se esclarece.
Nada se confirme.
Amar você
é cultivar esse fio
infinito
e
impossível.
11/07/2006
para o conforto e o conflito
Quando te olho
meu olhar não reside ali
Vai além, buscar algo que perdi
Quanto mais estabeleço a ponte
Maior ela fica
Mais extenso é o caminho
Embora na tua frente
o fio luminoso que nos liga cresce
e faz dessa busca algo interminável.
Talvez por isso
tudo se embole.
Nada se esclarece.
Nada se confirme.
Amar você
é cultivar esse fio
infinito
e
impossível.
11/07/2006
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