Uma procura quando parece que não tem saída
Ou quando não se quer ver saída
a não ser esta, à francesa, pela direita
Entrando, atravessando o portal
Nunca me lembro exatamente como começa
Só sei que descamba na música
Uma melodia
Alguns versos cantados
A cama de dormir
Olhar pela janela e se descobrir
Desejos por outras pessoas que não estão ali
Confidências de frustrações
Lamúrias de amor perdido
Risadas, ironias
Mentirinhas gostosas de falar e ouvir
E daí percebendo que o eu não se entrega pro outro
por completo, por complexo, por que mesmo?
Não existe o nós
Aí os monstros saem
Vão dizer que é por causa da bebida
Vou dizer que é por causa do silêncio
E do movimento de recuo
E os monstros trepam
Não fazem amor
Aí eu durmo
E quando acordo... é só constrangimento
Deveríamos apenas nos desmaterializar
Ou ficar invisível o eu para o outro
Porque não quero enxergar
E não quero que me enxerguem
As despedidas são ridículas
Cômicas e crônicas
Tchau tchau
Tenho vondade de rir, de expelir
Aí ...pluft... nuvem se desmancha
E, finalmente, a sós comigo
Cato a poesia que ficou no ar
no corpo, nas paredes, nos copos,
nos ouvidos uma voz me incomodando
Pare de falar na minha cabeça
Quero ouvir a mim
Me dá espaço
Quero emergir eu
E quando escrevo... me reconheço.
Sim, sou eu de novo.
Isso é apenas interação homeostática.
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