Os ônibus passam e param
e eu não espero mais.
Converso com as árvores em silêncio
um mantra de paz.
As pedras da praça contém passos
e sombras se multiplicam
formando outras formas.
Nada é formatado.
Nenhuma fôrma atada.
Os lenços em que nos amarramos,
os lençóis que nos prenderam
contém o suor e a saliva lasciva.
Eu lembro que estou viva e aviva
minha cabeceira com plásticos flácidos.
Um resto de sabor na língua
à míngua...
E antes que o prazer se extingua
o fato a foto o feito a fita
amarro as marras na marra.
Violento o violino assassino.
No silêncio sinto a melodia
sintonizando um sentimento cético.
Nenhum estado de sítio.
Nenhum súplicio ou simples morte súbita.
Quando se morre à noite
o dia nasce, a claridade assume
a assunção de mais uma mera verdade
que a eternidade muda e emudece.
As vozes, corpos velozes cessam o movimento.
Atento atentado ao pudor.
Torpor lícito de derramado no chão.
A molhidão de um molho incolor.
Incompreendo os sons e os ruídos,
as listas das istas pessoas
que se repelem,
os opostos que se chocam e se tocam
e os traços que atrocidam o indizível.
A minha voz se cala e ainda dita
a ditadura mole e maledicente.
O mal se encolhe a escolher a sina.
O que se assina assassinou o sonho,
o completar comtemplado e incompleto.
Mais uma!
Mais uma vez
de vez.