Friday, January 26, 2007

imagem molhada

Eu gosto de reconhecer nos olhos
Aquilo que adivinho por dentro
um brilho de céu

E quando imagens se formam
Eu vejo alguém sentado no chão
Cabisbaixo se procurando em uma poça de lama
Um semblante sério
Uma tristeza seca que não chora
Os pingos da chuva que caem na poça
desaguam o choro de dentro

as lágrimas não caem dele
que pensa que ainda está sozinho
é o céu que chora por ele
molhando pra lembrar o que ele esqueceu

e a imagem do seu rosto triste
começa a ficar mais turva ainda
não se reconhece na imagem que mostra ao mundo
assim entende que só há um jeito de ser quem é

baixar a guarda
se despir da armadura

tocar o sublime
ou cometer um crime?
quem entenderia?

seja qual for a pergunta
a resposta vem perfeitamente clara:
a imagem dela enquanto ria

um beijo-flor

Eu sei que hoje
só um beijo seu
me traria a paz

Eu vejo o seu sorriso
o seu encanto
distante de mim
perto de outras flores

eu deixo o jardim secar
regando com o meu olhar molhado

hoje preciso lembrar
dos teus passos pela casa
me chamando

hoje preciso lembrar
do cheiro, da flor, do perfume

hoje preciso amar
e esquecer o meu ciúme

eu sinto falta do brilho dos teus olhos
eu sinto falta de deitar no teu braço

sinto falta de mim
radiante exibindo pétalas de alegria

sinto falta do teu carinho
do nosso ninho
do nosso amor

então por favor
entenda o meu pesar
estenda a tua mão pra me alegrar

e lembre também como era bom
ponha nossas músicas no som

só alguns minutos pra lembrar
pra encher o coração de sorrisos
por ter o dom mais precioso: amar

e sinta que aqui existe alguém
pronta pra te abraçar
assim que você voltar