Monday, September 25, 2006

entulho de nada

caminho por seu nome

100 ruas
100 risos
cinza e nebuloso

eu abro os olhos e não enxergo um novo dia
não abro as janelas nem respiro fundo

eu canso de ver ingenuidade no espelho
quero me cortar com esses cacos de mim

procuro no dicionário um significado
nenhum dilema
inexistir é quase sempre doce

sem sede
sem fome
sem gosto

jogos
poesia
lágrimas com cerveja

não estou precisando existir ultimamente
quando precisar, eu tomo a pílula

Tuesday, September 12, 2006

O ano


O ano que passou correndo
virei professora
correndo atrás de objetivos
objetos e objeções

fugi de mim
mergulhei nos fatos
e os retratos envelheceram.

Quando o ano começou
eu era muitos.
E de repente parou.
E seguiu outro rumo.

O inverno foi rigoroso
exigente
e me trouxe de volta a preguiça
e eu parei pra me olhar
por dentro.

Meio de setembro
gente nova
novos problemas

eu aqui remexendo o vazio
e encontrei ninguém.

era saudade.
e virou poesia.

Sunday, September 10, 2006

Meu espelho diz

Se alguém perguntar, eu nego.
Meu espelho é você.

Espelho, espelho meu...
Será que a vilã da história sou eu?

Não, porque sei que te ajudo
E issso, por ora, me redime.

Todo mundo erra,
mas eu...

eu me divirto com meus erros!

Eu tendo a mostrar
as minhas garras logo de início.


- Eu -

vestida com as roupas
e as armas de Jorge
...não sou Jorge,
mas luto.
Não sou dragão,
mas cuspo fogo.



- Eu -

sou a princesa no castelo
esperando alguém me salvar.
Mas quem me salva
não é um príncipe
E sim um ogro verde desencantado.

E eu, ogra,
vivo feliz para sempre

com minhas farras
de cerveja,
carne vermelha
e lençóis.